sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Rock in Rio?


Uma boa parcela daqueles que comentam por aí sobre o rock in Rio, que começa neste final de semana e traz um total de cerca de 170 apresentações musicais em seus espaços, diz respeito a um sem número de artistas que, segundo essa boa parte do público, nada tem a ver com o mote do evento.
A bola da vez são as cantoras baianas Ivete Sangalo e Claudia Leitte. Com o devido cuidado da produção do evento, a fim de evitar o que já aconteceu antes, pelo menos desta vez: tanto uma, como a outra cantora apresenta-se, no festival, ao lado de artista com um público que , por suposição, não é roqueiro e evita o conflito entre os gostos muito variados.
A bem da verdade, o Rock in Rio sempre teve muito menos ‘rock’ do que o nome do festival nos leva a crer.
Na primeira edição, em 1985, para que se abrissem as portas para grupos de rock que jamais haviam cogitado em estar na América do Sul, muito do que era considerado o lixo das gravadoras internacionais desembarcaram por aqui.
Quase ninguém conseguiu entender como, em meio à presença de grandes astros da música do calibre de Queen, e o recém chegado Iron Maiden ao cenário, havia figuras como Al Jarreau, Ivan Lins e alemã Nina Haggen.
Nas edições seguintes, o expediente estava lá, de novo: a segunda edição do evento, talvez a mais ‘roqueira’, trouxe o episódio envolvendo o cantor Lobão, que subiu ao palco após um curto show da banda Sepultura, em plena ebulição no Brasil e no exterior. O resultado foram latas de cerveja sendo arremessadas no cantor, que tinha levado a bateria da Mangueira para uma participação especial.
Carlinhos Brown foi o protagonista do mais conhecido dos atos de rejeição ocorridos no festival. Ávidos para o show do Guns’n’Roses que aconteceria ali mais tarde, os fãs da banda americana não perdoaram o remeleixo do baiano e proporcionaram a maior onda de arremesso da copos de água mineral no cantor. Brown, que na ocasião insistiu em continuar o show, afirmando ser ‘da paz’, acabou interrompendo o show antes do final, perdeu a paciência, xingou todo mundo e foi embora. Em paz.
A lista de artistas que passam ao largo do rock, este ano porém,  traz um grupo seleto de artistas que mostram algo mais do que boa produção e aparência. Kathy Perry é um exemplo. Tem bons hits, sem ser extravagante e uma música sóbria, sem ser chata.
As melhores apostas, porém, virão do Palco Sunset, dedicado a parcerias inusitadas. Por lá, algumas lendas como o Punk Metal All Stars, grupo que será acompanhado pelo grupo brasileiro de thrash metal Korzus e traz na formação integrantes das bandas Dead Kennedys e Suicidal Tendences.
Os brazucas devem proporcionar momentos memoráveis com os shows de Mutantes & Tom Zé, o Baile do Simonal e Diogo Nogueira & Davi Moraes, Matanza e BNegão e Erasmo Carlos & Arnaldo Antunes.
Enfim, nem tudo é rock “in Rio”!

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